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NOVIDADES DA MUSICA

O RAPPA - 7 VEZES
---> 7 Vezes, o sétimo disco d’ O Rappa, tem nome óbvio, mas a falta de criatividade pára aí. Este é, sem dúvida, o álbum mais experimental do grupo. Todo o processo levou nove meses, desde a escolha das músicas à finalização.

Para chegar a canções sonoramente fortes, várias delas sem refrão definido, o grupo investiu em instrumentos inusitados e outros inventados, como um violoncelo, uma cítara indiana, garrafas dentro de um balde de água e até o piano de brinquedo da filha do baterista Lobato.

Treze das 14 faixas de 7 Vezes foram escolhidas entre 100 músicas inicialmente compostas por Lobato e Vinícius Falcão, irmão do vocalista. A última, “Súplica Cearense” é uma versão em ritmo de reggae do baião composto por Nelinho e Gordurinha, mais conhecido na voz de Luiz Gonzaga.

A propósito, a “Súplica Cearense” de Falcão e sua turma é totalmente diferente da canção original. O reggae preciso dá uma vontade incrível de sair dançando, e é certamente um dos pontos altos do disco.

A primeira faixa, “Meu Santo Tá Cansado”, traz versos fortes bem ao estilo d’ O Rappa. O disco, aliás, tem letras ricas em imagens, muitas vezes remetendo a belas situações suburbanas, como em “Fininho da Vida”: “No buraco da vala, a laje é brinquedo/ em meio a pet e plásticos/ Num domingo festivo, num domingo lindo”

A música de trabalho, “Monstro Invisível”, segue a trilha estética de outros sucessos da banda, como “Minha Alma”: letras impregnadas de política, refrão bem marcado, onomatopéias de Falcão, tudo envolto em guitarras e baixos onipresentes.

O Rappa escolheu produzir 7 Vezes como se fazia antigamente. Trocando em miúdos, significa que cada acorde foi gravado, sem parafernálias tecnológicas como uso do efeito de loop, que pega um acorde e o repete até o fim da música, e do programa Pro Tools, que equaliza as canções na pós-produção. O resultado é um disco artesanal, autoral e cativante.

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Renato Russo - O Trovador Solitário

---> O Trovador Solitário oferece uma oportunidade única de espionar o processo criativo de um dos nomes mais expressivos (além de um dos maiores sucessos de vendagem) da história da indústria fonográfica brasileira. Renato Russo, considerado por muitos colegas de geração o maior letrista e compositor do rock nacional de todos os tempos, ressurge mais uma vez, desta feita por meio de registros resgatados pelo pesquisador musical Marcelo Fróes. Uma oportunidade única, ou, dependendo do seu ponto de vista, mais um caso indefensável de necrofilia musical.

Trata-se de versões voz-e-violão de músicas compostas por Renato que seriam gravadas e imortalizadas pela Legião Urbana. Gravadas originalmente em cassete, algumas cópias foram distribuídas a amigos na época. São canções hoje intimamente associadas ao pop nacional, como "Que País é Este", "Eduardo e Mônica", "Geração Coca-Cola" e mais. A audição, porém, é dolorosa: "Faroeste Caboclo", descontada a qualidade de áudio atroz (uma constante no disco), é praticamente idêntica à sua versão mais famosa, mas o som da gravação lhe confere um tom frágil e irritante. "Eduardo e Mônica" é uma das únicas a apresentar diferenças significativas (na letra) em relação à versão final, o que leva à inevitável questão: o que motivou o lançamento de material tão gritantemente desnecessário?

Vão-se os tempos em que discos (mesmo os da Legião Urbana) vendiam na casa das centenas de milhares de cópias, e os registros aqui contidos tornaram-se famosos justamente por ser partilhados internet afora pelos fãs da banda em versão pirateada. Mas O Trovador Solitário não é uma oportunidade inteiramente perdida. Não se a idéia por trás do disco for fazer o cantor parecer mais morto do que realmente está.

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Jonas Brothers - A Little Bit Longer

Menudo, New Kids On The Block, Backstreet Boys, N’Sync, Take That, Hanson… Podemos enumerar dezenas de grupos nesta lista para desenhar uma linhagem de boys bands que marcaram, cada uma a sua maneira, a história do pop, voltando até nos Bee Gees, no Jackson Five e mesmo na pedra fundamental do pop, os Beatles, até chegarmos aos Jonas Brother.

Os irmãos Nick, Joe e Kevin fazem sucesso entre pré-adolescentes com canções doces e rostinhos bonitos estampados em revistas e, mais recentemente, nas telas de tevê. Mas seu novo disco A Little Bit Longer prova que, além de serem umas gracinhas, estes meninos têm sensibilidade pop para ir além de acrobacias vocais e dancinhas bem ensaiadas. Jonas Brothers se aproxima mais de uma banda de verdade do que de mera imagem para consumo de fãs frenéticas.

Claro que são jovens demais para afirmarmos se o talento vingará, de fato. Suas vozes ainda estão se adaptando às mudanças hormonais próprias da idade. Mas eles já compõem e suas músicas têm sabor agradável mesmo para adultos, que não forram as paredes do quarto com seus pôsteres e nem desejam em seus diários desposar um dos belos rapazes.

Há uma inocência bonita nas letras. Falam de um amor cândido; do menino que leva a menina para ir ao cinema, e passeiam de mãos dadas pelo parque. Uma doçura saudável embalada em melodias bacanas, com refrões ganchudos. E guitarras. Muitas guitarras, porque Jonas Brothers é rock. Um rock cristão, é verdade, mas bem melhor do que outras tentativas (escolha um nome daquela lista inicial) de meninos brancos de classe média tentando, quase sempre sem sucesso, traduzir suingue e sensualidade para crianças.

O primeiro single “Burnin' Up” – que tem participação de um dos seguranças dos meninos, Big Rob, como rapper – é dançante sem ser apelativo. A ótima “BB Good” aponta em direção ao hard rock, que dá tom a grande parte das músicas. A melódica “Shelf” trabalha bem guitarras e, fosse omitida sua autoria (para evitar o preconceito), agradaria descolados fãs de Weezer. E a lindinha “Love Bug” tem um clima de férias encantador, que rende o ouvinte na hora. Começa acústica, com eles conversando ao fundo, violões dedilhados e guitarrinhas e percussões pontuando a melodia, para mais tarde explodir num rock de verdade, bem de menino mesmo.

Este novo trabalho do Jonas Brothers – mais as incursões solo de suas amigas Miley Cyrus e Vanessa Hudgens – dão uma esperança pueril de que o pop mainstream consumido por nossos adolescentes, atualmente dominado por bandas que acham bonito embalar seus discos em caixões, comece a ter rivais à altura. A Little Bit Longer é quase uma prece para que a candura vença o pessimismo.

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